Fórum Pé na Estrada debate com transportadores a falta de motoristas

Na 1ª edição do Fórum Pé na Estrada, evento que aconteceu em 12 de agosto, em São Paulo, Pedro Trucão e Paula Toco conversaram com grandes transportadores e especialistas sobre o “apagão logístico” devido à falta de condutores, que pode acontecer se não houver valorização dos motoristas profissionais.

 

Os tópicos do Fórum Pé na Estrada foram:

  • A falta de motoristas profissionais no mercado de trabalho;
  • Como as transportadoras estão lidando com a escassez;
  • Ações para reter, desenvolver e atrair novos motoristas profissionais.

Na mesa de debate estiveram representantes da Braspress, TransKompa, Carsten Serviços, Ativa Logística, Muraro Logística, Transportadora Murici, Jomed Log, SAE e Korsa Seguros.

 

Fórum Pé na Estrada debate a falta de motoristas

No bate-papo, alguns transportadores apresentaram o que estão fazendo para reter e atrair mais caminhoneiros.

Algumas propostas foram treinamentos, programas de incentivo e captação de mulheres para compor o quadro.

Outras ideias, como ranquear os melhores motoristas que entregam segurança no transporte e comprometimento, também foram consideradas como forma de valorizar a profissão.

 

Fórum Pé na Estrada revela estradas sem motoristas

“É temática difícil. Mas o motorista tem um super poder, o da invisibilidade. Ninguém vê o motorista.”, James Theodoro da Korsa Seguros. O executivo tem um estudo que indica uma situação muito grave de falta de motoristas de pesados já em 2030.

Para ele, até existem ofertas provenientes das mais de 160 mil transportadoras, porém a grande questão está na fuga dos novos caminhoneiros para outras profissões que exigem menos e remuneram de forma similar.

Ele estima que há uma escassez de mais de 3 milhões de motorista no mundo. “Ou seja, está faltando, cada vez mais, motoristas nas estradas e o gargalo está próximo”, explica ele.

Já Cláudio Castro, presidente da SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), explica que mesmo se a direção autônoma estivesse por aí o assunto não seria sanado:

“Se todos os caminhões saíssem de fábrica 100% autônomos, ainda levaria, no mínimo, 20 anos para que toda a frota virasse autônoma.” Ele ainda afirma que, dadas as condições de nosso país, quando essa direção autônoma chegar para o mundo, ainda vai levar um tempo para chegar aqui. Ou seja, ele não acredita que essa realidade possa mudar em menos de, pelo menos, 30 anos.

 

Brasil perdeu 1,1 milhão de motoristas

De acordo com um estudo da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN), entre 2013 e 2023, o Brasil perdeu cerca de 1,1 milhão de motoristas. Isso representa uma redução de 20% na última década.

A maioria da mesa, no Fórum Pé na Estrada, chegou a um consenso, entre os principais motivos desse desinteresse pela profissão estão as condições difíceis de trabalho, que incluem jornadas longas, pouco tempo com a família, alimentação irregular, descanso em locais muitas vezes inseguros e remuneração que não atrai considerando todas essas dificuldades.

 

Falta estrutura em estradas e portos

“Mas como o motorista vai se sentir valorizado se ele chega ao porto, no posto, e não tem nem um sabonete para lavar a mão? Se só ele tem que fazer um exame toxicológico?”, questiona Fábio Muraro da Muraro Logística.

A empresa é especialista em transporte portuário e começou atuando em 1969, levando a primeira carga de Campinas para o Porto de Santos, ambos em São Paulo.

A questão é que esse tipo de problema a transportadora não consegue resolver.

 

O motorista como ator principal

Segundo Urubatan Helou, presidente da Braspress, as empresas de transporte precisam entender o valor do motorista:

“Por isso, o motorista é o principal ator do meu negócio… A empresa funciona como um time de futebol e o motorista é o jogador, por isso, eu invisto nos melhores profissionais.”, Urubatan Helou, presidente da Braspress.

O executivo é conhecido por implantar um dos melhores sistemas de trabalho para o motorista. Outro incentivo é a pontuação para o bom motorista na direção e o revezamento para percursos com distância acima de 2 mil quilômetros, para que ninguém fique mais de 48h longe de casa.

Essa política, aliada a um plano de classificação para aumentar a remuneração, faz com que a empresa não enfrente nenhuma falta de mão de obra no momento.

Aliás, ver o motorista como ator principal leva à valorização desse profissional, fator sempre apontado pelos motoristas como um dos principais que levam à desistência da profissão.

“O nosso motorista precisa ser muito qualificado porque ele precisa ainda entender dos medicamentos que transportamos. E eu não acredito que eu veja caminhões autônomos, então nós precisamos oferecer boas condições para esse motorista ficar.”, afirma Clóvis Gil, Ativa Logística.

O executivo afirma ainda que, devido a essa exigência maior, o salário costuma compensar, por isso, hoje, não tem caminhões parados por falta de motorista. Entretanto, a exigência na contratação desse profissional é mais alta.

 

A falta de preparo dos candidatos

A falta de experiência é um fator preocupante para as empresas. Mas, para isso, muitas já estão desenvolvendo soluções.

“Hoje nós temos escolinha, treinamos nossos motoristas, mas ainda assim falta. Porque não é só a remuneração, a falta de estrutura nas rodovias espanta os profissionais.”, acrescenta Maria Helena Giannini Duque, da Transportadora Murici.

Outras transportadoras fazem um plano de carreira, com motoristas começando como ajudante e subindo até a carreta.

Entretanto, existem outras questões, como aponta Jéssica Martins, responsável pelo RH da Carsten Serviços, explica que percebe um grande desinteresse dos candidatos às vagas.

“Das 30 fichas que eu recebo, a maioria dos candidatos não vai às conversas pessoais e nem participa das dinâmicas ou avaliações práticas”, finaliza, ressaltando que apenas 1% acaba ficando.

Para se ter uma ideia da dificuldade de seleção, alguns candidatos chegam para o teste de volante usando chinelos, o que é proibido por lei.

 

Algumas soluções apontadas no Fórum Pé na Estrada

Um fator comum apontado por todos os participantes é que essa é uma questão que não tem uma solução única. Transportadores, embarcadores e governo precisam se unir.

“Eu acho que os empresários também precisam se associar às entidades para ter força e conhecer como outros estão cuidando dessa questão. Eu mesmo viajo o Brasil todo para ver as boas práticas de outras empresas.”, Armando Masao Abe da TransKompa LTDA.

“Hoje nós temos uma série de benefícios, mas a rotatividade é alta ainda. E hoje o embarcador ainda não está se envolvendo nessa situação. Mas uma hora a conta vai sobrar pra ele, por isso ele precisa estar nessa discussão.” Sidnei Alves da Jomed Log.

Ou seja, governo precisa oferecer estrutura adequada, embarcador precisa entender que sua carga não será transportada sem motoristas e, sendo assim, pagar um frete que permita dar boas condições de trabalho para esse profissional, o transportador precisa valorizar seu motorista, inclusive financeiramente, e o caminhoneiro precisa se qualificar se quiser alcançar as melhores vagas.

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